“Quando nasci pesava quase cinco quilos”, revela o Papa

“O livro da minha vida é o relato de um caminho de esperança que não posso imaginar separado do da minha família, da minha gente, de todo o povo de Deus”, escreve o Papa Francisco na introdução do livro autobiográfico “Esperança” (ed. Nascente), à venda na próxima terça-feira, dia 14, em mais de 100 países, incluindo Portugal.

Num excerto a que a Renascença teve acesso, Francisco conta que “chegou atrasado” ao seu nascimento. “Já tinha passado uma semana e eu ainda não me tinha decidido”.

Chamaram a parteira, “uma mulher capaz e experiente”, que ao perceber que já não se podia esperar mais, mandou chamar o médico de família. A mãe estava no quarto, deitada na cama e o médico, Dr. Scanavino te-la-á tranquilizado.

O Papa revela que o assunto tem sido alvo de conversa nas reuniões familiares dos Bergoglio, por causa da decisão que o médico tomou com a sua mãe, naquele dia 17 de dezembro de 1936: “Começou a sentar‑se sobre a sua barriga, a pressionar e a ‘saltitar’, para desencadear o parto. E foi assim que vim ao mundo, no dia de São Lázaro de Betânia, o amigo que Jesus ressuscitou dos mortos. ‘Quando saí’ pesava quase cinco quilos, e a mamã cerca de 44: em suma, foi um foi um grande cansaço…”

O motivo da troca de palavras entre Rui Costa e Lage na cerimónia da entrega das medalhas

Presidente ficou com cara séria depois de algo que o treinador lhe disse. Revelamos o que Lage comentou com o líder das águias e o que motivou essa conversa

Aquando da entrega das medalhas aos elementos do Benfica, pela conquista da Allianz Cup – vitória sobre o Sporting na final, nos penáltis -, saltou à vista uma conversa entre Bruno Lage e Rui Costa, em que o presidente dos encarnados …

Por Record

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“Há reclusos a cumprir pena por violência doméstica por causa da raspadinha”

“Há reclusos a cumprir pena por violência doméstica por causa do jogo da raspadinha”, diz à Renascença o presidente da Obra Vicentina de Auxílio ao Recluso (OVAR), Manuel Almeida Santos.

“A raspadinha está a contribuir para a violência doméstica”, afirma o responsável da OVAR, que deteta uma “dependência fortíssima” deste jogo.

“Temos uma dependência fortíssima em Portugal da raspadinha. Isso está a contribuir para a violência doméstica. Conheço reclusos que estão a cumprir penas por casos de violência doméstica originados pela falta de dinheiro no orçamento familiar, porque o vício da raspadinha retira dinheiro que faz falta para pagar a água, a luz, a prestação da casa, etc…”, conta

“Andamos a promover a raspadinha, quando a raspadinha, hoje, é uma chaga social, tal como o são as chamadas de valor acrescentado dos programas televisivos”, alerta o presidente da OVAR.

Cerca de 100 mil portugueses têm problemas de jogo com a raspadinha

Manuel Almeida Santos defende que o combate ao crime passa, em primeiro lugar, pela educação. “Não é pela punição e repressão que se combate o fenómeno”, argumenta.

“O maior contribuinte da nossa população prisional são as drogas. As drogas têm de ser enquadradas legalmente. Já tivemos, no passado, maus exemplos do álcool. Não é pela repressão e pela punição que se resolve. É pela educação. É pela demonstração das consequências de todas as dependências”, assinala.

Por outro lado, o responsável pela instituição que em 2018 foi galardoada com o Prémio de Direitos Humanos da Assembleia da República também declara oposição à ideia de que se “consegue fazer a prevenção do crime através de penas longas e repressivas”.

“Os países do mundo que têm penas mais longas e mais repressivas, como é o caso da China, dos Estados Unidos e da Rússia, que têm, inclusivamente, pena de morte, são os países em que há mais criminalidade violenta. Portanto, não há nenhuma relação direta entre uma pena pesada e a prevenção dos crimes. A prevenção dos crimes tem de se feita através do ataque às causas dos crimes, como são, por exemplo, a pobreza e o tráfico de droga”, sustenta.

A favor de um perdão de penas

Nestas declarações à Renascença, o responsável da OVAR aplaude a recente iniciativa do cardeal D. Américo Aguiar que entregou, no Parlamento, uma proposta de amnistia para reclusos e diz ter a expectativa de que os partidos avancem com projetos de lei sobre a questão.

Proposta de amnistia para reclusos entregue na Assembleia da República. O que está em causa?

“Pensamos que, face à dimensão que esta questão atingiu, os partidos têm de apresentar projetos de lei sobre amnistia e perdão de penas. Não é aceitável que num país com tradição cristã como o nosso, tenhamos a Igreja a apoiar de forma explicita um perdão de penas, como o fizeram bispo de Setúbal, o bispo da Guarda e o bispo de Évora, e o poder político fique a olhar para o lado”, aponta.

“Temos a expectativa que isto deve resultar numa iniciativa concreta da Assembleia da República”, sustenta.

Nestas declarações à Renascença, Manuel Almeida Santos recorda os esforços que a OVAR tem desenvolvido na defesa de uma amnistia e perdão de penas e lembra que, a 8 de maio de 2024, a instituição entregou no Parlamento uma petição com mais de sete mil assinaturas com essa solicitação.

Essa petição já devia ter sido apreciada em plenário, defende: “Há prazos legais para o seu cumprimento. A Assembleia da República está a desrespeitar uma lei que ela própria aprovou, o que é lamentável.”

“Nós temos reclusos por violarem a lei. Não é admissível que a Assembleia da República dê o mau exemplo de violar uma lei por ela feita”, remata Manuel Almeida Santos,

“Antes dos imigrantes, era pior”: protesto contra ação da PSP juntou milhares de pessoas

Dirigentes da esquerda política presentes: “Não nos encostem à parede”. A poucos metros, estava outra concentração, do Chega. Milhares encheram neste sábado a avenida Almirante Reis para protestar contra a ação policial no Martim Moniz e o tratamento dos imigrantes, juntando ativistas, políticos, migrantes e cidadãos anónimos. Entre pessoas de diversas nacionalidades, os portugueses António Azevedo e Helena Moreira são do Fundão e não costumam participar em manifestações, mas quiseram estar presentes. Entre blocos de samba, comitivas partidárias, associações de imigrantes e organizações não-governamentais, cada um a gritar a sua palavra de ordem, António (64 anos) e Helena (63) seguiam

Totoloto. Conheça os números deste sábado

A chave vencedora do sorteio do Totoloto deste sábado, 11 de janeiro de 2025 é composta pelos números 5 – 25 – 41 – 43 – 46 + Número da Sorte 7.

Em jogo no primeiro prémio está um “jackpot” de 4,9 milhões de euros.

A chave constante neste artigo não dispensa a consulta do site do Departamento de Jogos da Santa Casa.

Os prémios atribuídos de valor superior a 5 mil euros estão sujeitos a imposto do selo, à taxa legal de 20%, nos termos da legislação em vigor.

O Totoloto é sorteado à quarta-feira e ao sábado.

Afinal, as partículas “impossíveis” podem ser mesmo reais

Todas as partículas fundamentais do universo estão enquadradas num dos dois grupos chamados: fermiões e bosões. No entanto, um novo estudo descobriu que podem existir outras partículas que se julgavam como “impossíveis”. Um grupo de partículas fundamentais – há muito teorizado mas considerado fisicamente impossível – poderá, afinal, existir. As parapartículas não são uma ideia nova. No entanto, os físicos sempre as rejeitaram por não terem qualquer relevância para a realidade física. O conceito tem a sua origem numa divisão entre as partículas fundamentais conhecidas, que são sempre classificadas como pertencendo a um de dois grupos: um fermião ou um

“Frigorífico” quântico é o primeiro capaz de corrigir erros computacionais automaticamente

Um novo minúsculo “frigorífico” quântico é capaz de corrigir os cálculos de um computador quântico – sem necessidade de supervisão ou de novo hardware. Um pequeno dispositivo de arrefecimento é capaz de repor automaticamente os componentes defeituosos de um computador quântico. Esta inovação é baseada em circuitos supercondutores e é alimentado pelo calor do ambiente. Pode arrefecer autonomamente os qubits até atingir temperaturas baixas recorde, abrindo caminho a computadores quânticos mais fiáveis. A inovação foi revelada num estudo publicado esta quinta-feira na Nature Physics. Como nota a New Scientist, os computadores quânticos ainda não são totalmente práticos porque cometem demasiados

Dobrar palmarés após nove épocas: Benfica alcança oitava Allianz Cup

Encarnados abrem fosso para os leões, que venceram quatro

Repetiu-se a história. O Benfica voltou a puxar dos galões frente ao rival de sempre, o Sporting, em desempate por penáltis e conquistou a oitava Taça da Liga, o dobro das quatro arrebatadas pelos leões, que procuravam …

Por Mário Duarte

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Alteração do RJIES: uma oportunidade perdida

O panorama desolador da universidade pública portuguesa

1. Foi com agrado que tomei conhecimento da iniciativa do Governo em rever o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), diploma fundamental na estruturação do ensino superior.

Já foram divulgadas as sugestões, mas julgo que o anteprojeto está muito aquém do que se impunha na reforma das instituições do ensino superior (IES).

2. O ponto de partida, que todos conhecem e não é preciso ver estatísticas, é o panorama desolador que hoje a universidade pública portuguesa oferece, realçando as muitas exceções que conheço:

  • desolador no seu envelhecimento, sem ritmo de novas contratações;
  • desolador nos seus compadrios e júris combinados;
  • desolador na endogamia e nas “famílias” – stricto sensu e lato sensu – que se perpetuam;
  • desolador nos nichos de autoritarismo administrativo.

Ora, com o devido respeito por aquilo que consta do anteprojeto, o mais negativo é o que não está lá e, desse jeito, não podendo haver otimismo no desejo de mudança deste cenário.

Reitor-diretor ou “ditador”?

3. Desde logo, não se ataca de frente o grave problema do mau funcionamento executivo das IES, uma vez que a opção pela eliminação da colegialidade em 2007 – abolindo os conselhos diretivos – deu palco a novos ditadores universitários.

Conheço, por experiência própria, casos muitos dramáticos não só de erros de “casting” como de pessoas que ocupam esses lugares em constante desvio de poder, com todas as agendas possíveis, menos a da prossecução do interesse público.

Tudo começa com a manipulação das eleições feitas nos conselhos de escola, que de independentes nada têm, favorecendo-se sempre quem está no poder – se for recondução – ou quem é apoiado pela pessoa que deixa o poder.

Os mandatos de quatro anos são muito longos e a acumulação de poder administrativo que isso gera acaba por extravasar para outros poderes, como o científico e o pedagógico: pode o conselho científico querer abrir concursos ou criar linhas de investigação, mas logo a direção diz que não há verba…

Impõe-se desconcentrar o poder, reduzindo a margem de manobra da unipessoalidade dos cargos de reitor-presidente e diretor das IES, reassumindo a importância das decisões colegiais porque, por definição, mais democráticas.

Aqui só entram os “nossos”?

4. Outro tema preocupante, sobre o qual muito se tem dito, passa quase ao lado desta anunciada reforma, que é o da endogamia, cujo fenómeno é 100% nalgumas IES.

Por maior que seja o rigor na aplicação do princípio da imparcialidade, todos sabem como as coisas funcionam.

Eu, em 38 anos de docência universitária e quase reformado, jamais esquecerei o que uma vez me disse o reitor já falecido – então ainda em funções… – de uma universidade pública, quando o confrontei com a necessidade de garantir uma maioria externa de avaliadores num regime de contratação docente ao abrigo do Código do Trabalho: “Não sabe V. Ex.ª que os júris estão todos combinados?” Frase que suscitou esta minha resposta: “Na minha terra não é assim, mas devemos ser de planetas diferentes.”

O descaramento e o despudor chegam a este ponto, e o drama ultrapassa as ligações familiares: são todas as conexões que traduzem a captura dos avaliadores por aqueles que, dentro da cada IES, dizem antecipadamente, quando convidam alguém de fora, quem querem que fique em primeiro lugar; e agora já nem o fazem por telefone ou correio eletrónico por causa das investigações judiciais…

Esta experiência mostra a inutilidade de haver uma maioria externa nos júris concursais porque são frequentes os conúbios entre as IES no sentido da habitual “troca de favores”: hoje, vêm aqui, e fazem como nós queremos; e nós, amanhã, vamos aí, e fazemos como vocês quiserem. Tudo em caso na maravilha de um jogo win-win.

Formar estrangeiros com dinheiro português?

5. Tópico pouco estudado, mas estrategicamente decisivo, é saber o que o Estado quer fazer com o dinheiro público que gasta no ensino superior, dada a vinda crescente de estudantes estrangeiros.

Claro que essa abertura é necessária e justa para os jovens lusófonos, sobretudo os africanos, mas a verdade é que passámos a ter o “turismo académico”, e não apenas o “turismo sanitário”.

São cada vez mais os estrangeiros que vêm para Portugal com o fito de alcançar formações graduadas, aproveitando-se da capacidade instalada à custa do dinheiro português, e nisso algumas IES tiveram olho para o negócio, prevalecendo-se de não haver limitação das propinas.

E o que sucede? Sucede que o dinheiro dos contribuintes portugueses, que devia ser priorizado para os estudantes lusos e lusófonos (e já agora para empregar os nossos jovens docentes, não os deixando fugir), é “desviado” para alavancar autênticas “indústrias universitárias”, em que todo o tipo de formações, mesmos não conferentes de grau, são frequentados por essa nova classe de “estudantes-turistas ricos”, expulsando os portugueses e lusófonos que jamais alguma vez poderiam sonhar em ter o dinheiro necessário para pagar tão chorudas propinas.

E não se venha com o discurso ingénuo – para não dizer de mistificação – das “bolsas de estudo” porque, mesmo funcionando à entrada, sabemos que o mérito em parte é fruto da riqueza familiar: as famílias com mais recursos para educar os seus filhos, com mais livros e tecnologias, ganham uma vantagem óbvia no êxito que lhes proporcionam no futuro, o que tem de ser compensado.

Como também sabemos que não há qualquer proporcionalidade entre aqueles que, não tendo recursos, são ajudados com bolsas, e aqueles que ficam definitivamente rejeitados pelo sistema público de ensino, que se diz público e português.

Compactuar com a mediocridade da elite universitária portuguesa, “prostituindo” Minerva?

6. Perante tudo isto, cabe ao Governo, sabendo das suas dificuldades por causa do seu apoio minoritário parlamentar, ir muito mais longe, pelo menos denunciando estas trafulhices e agindo em conformidade.

Ficar por uma alteração cosmética do RJIES, para agradar a todos, não agradando a ninguém, e ficando refém dos muitos interesses contraditórios dos sindicatos, não levará a lado algum.

Muito desejaria que esta não fosse uma oportunidade perdida, mas temo que o seja mesmo. Oxalá me engane.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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