Hospital de Leiria com urgência Ginecológica fechada desde sexta-feira e Pediátrica no fim de semana

A urgência Ginecológica/Obstétrica do hospital de Leiria está fechada até às 9 horas de segunda-feira e a urgência Pediátrica encerra no fim de semana, segundo uma mensagem enviada às corporações de bombeiros da região.

A mensagem, à qual a Lusa teve acesso, refere que a urgência Ginecológica/Obstétrica do Hospital de Santo André, em Leiria, está encerrada desde as 9 horas de sexta-feira e até às 9 horas de segunda-feira, devido a constrangimentos.

Quanto à urgência Pediátrica do mesmo hospital, vai fechar entre as 9 horas de sábado e as 9 horas de segunda-feira.

Ainda de acordo com uma mensagem remetida aos bombeiros, o serviço de Urgência na área da Cardiologia do hospital de Leiria “encontrar-se-á com constrangimentos” até às 18 horas de sexta-feira devido à instalação de um angiógrafo digital de teto.

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ULS Algarve garante resposta na Urgência de Pediatria em Portimão até quinta-feira

Em todas as situações, “os meios deverão fazer passagem de dados ao CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes], para respetiva referenciação]”.

Fonte da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, que integra este hospital, explicou à Lusa que “a urgência de Obstetrícia encerra ao exterior de modo programado entre sexta-feira e segunda, por constrangimento de escala” e para salvaguardar a segurança das grávidas.

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Por Filipe Balreira

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Empresas podem fazer contratos com imigrantes mesmo que ainda não tenham o número de segurança social

O Instituto da Segurança Social (ISS) esclareceu esta sexta-feira que as empresas “podem celebrar contratos de trabalho com cidadãos estrangeiros, mesmo que estes não possuam o Número de Identificação de Segurança Social (NISS)”.

“O contrato de trabalho é o elemento fundamental para que seja atribuído NISS a um cidadão estrangeiro”, adianta o instituto liderado por Octávio de Oliveira, numa nota publicada no seu site, sublinhando que “não é necessário que o NISS conste no contrato de trabalho”.

Assim, as empresas “não precisam de aguardar que o trabalhador tenha o NISS para celebrar o contrato de trabalho”.

Após a atribuição do NISS pela Segurança Social, a entidade empregadora “deve proceder à comunicação do vínculo laboral através da Segurança Social Direta, assegurando o cumprimento das suas obrigações contributivas”, refere a nota, publicada em português e inglês.

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“A regularização da situação contributiva é essencial para garantir o acesso aos direitos e benefícios previstos no sistema de segurança social, contribuindo para a proteção dos trabalhadores e para a sustentabilidade do sistema”, remata.

No início de dezembro, o Governo reuniu com as confederações patronais para discutir o funcionamento da migração laboral, tendo proposto um protocolo de cooperação, que ainda será discutido com os patrões.

Em declarações à Lusa, o presidente da CAP indicou que o Governo propôs avançar com a fixação de prazos máximos para a atribuição de visto de residência e de estada temporária para os cidadãos estrangeiros que reúnam os requisitos necessários, nomeadamente ter um contrato de trabalho.

O Governo quer ainda que as empresas se comprometam a assegurar habitação e formação aos imigrantes. A proposta está a ser discutida pelas confederações empresariais que deverão voltar a reunir com o ministério liderado por António Leitão Amaro no início de janeiro.

ISP sobe 3 cêntimos e anula descida da taxa de carbono

A taxa do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) no litro de gasolina e do gasóleo vai subir em cerca de três cêntimos a partir de 1 de janeiro, compensando a descida da taxa de carbono nos combustíveis em 2025.

As portarias com os novos valores das taxas unitárias do ISP e da taxa de carbono foram publicadas hoje em Diário da República, com o diploma relativo às do ISP a salientar que o objetivo é proceder à reversão parcial das medidas temporárias que foram tomadas pelo anterior governo de forma a compensar a forte subida dos preços dos combustíveis então registada.

Esta atualização das taxas unitárias do ISP sobre a gasolina e o gasóleo é feita “em harmonia” com a “redução, em valor equivalente, da taxa de adicionamento sobre as emissões de CO2”, de forma a assegurar que a reversão dos descontos ainda em vigor “não tenha impacto sobre o preço dos combustíveis”, lê-se no diploma.

A subida das taxas unitárias do ISP em valor equivalente ao impacto da descida da taxa de carbono na composição deste imposto foi referida pelo ministro das Finanças, Miranda Sarmento, durante uma audição requerida pelo PS, em que o deputado socialista António Mendonça Mendes questionou o governante sobre qual ia ser a política seguida pelo Governo perante a já esperada prevista da taxa de carbono e a concluir que a carga fiscal iria afinal agravar-se.

Preços dos combustíveis. Gasóleo desce, gasolina fica na mesma

Uma leitura recusada pelo ministro que reafirmou que o valor global do ISP pago pelos consumidores se mantém inalterado, havendo antes uma recomposição do ‘mix’ do ISP (que além das taxas unitárias e da taxa de carbono incorpora ainda a contribuição do serviço rodoviário).

Assim, segundo uma das portarias hoje divulgada, a taxa de carbono vai descer para os 67,395 euros por tonelada em 2025, recuando face ao valor de 2024 — que foi fixado em 83,524 euros mas que, após vários descongelamentos, ficou nos 81 euros.

Na mesma audição, António Mendonça Mendes referiu que a descida esperada da taxa de carbono faria o preço por litro de combustível diminuir em cerca de três cêntimos em janeiro.

Cerca de três cêntimos é precisamente o valor da subida das taxas unitárias do ISP que, segundo a portaria hoje publicada avançam dos atuais 0,45036 cêntimos por litro para 0,48126 cêntimos por litros.

Já no caso do gasóleo, a taxa unitária do ISP avança dos atuais 0,30354 cêntimos por litro para 0,33721 cêntimos por litro.

Entre as medidas temporárias ainda em vigor está a que reduz na taxa do ISP um valor equivalente ao que resultaria da aplicação de uma taxa de IVA de 13% no preço de venda dos combustíveis.

Miranda Sarmento tem sublinhado que a necessidade de iniciar a reversão dos descontos dos combustíveis resulta das reservas de Bruxelas ao plano orçamental de médio prazo submetido por Portugal.

Está viva! A intrépida nave que abraçou o Sol sobreviveu ao encontro, anunciou a NASA

A Solar Parker Probe, sonda da NASA que na véspera de Natal conseguiu efetuar a maior aproximação de sempre de um objeto humano ao Sol, “está segura”, anunciou a agência espacial norte-americana esta sexta-feira. “All clear“. A Parker Solar Probe está bem, e esta quinta-feira mandou cumprimentos à NASA, revelou hoje a agência espacial. Às 11.53h da véspera de Natal, a intrépida nave espacial fez história: esteve à mais pequena distância a que um objeto construído pela Humanidade já esteve da nossa estrela — apenas 6,1 milhões de km de distância. No ponto mais próximo da nossa estrela,  suportou temperaturas

Quatro bebés morrem de hipotermia em Gaza. Israel incendeia hospital no norte do território

Quatro bebés morreram na última semana na Faixa de Gaza por hipotermia ou devido às baixas temperaturas e pouco acesso a aquecimento na região. O último dos casos aconteceu no campo de refugiados de Al-Mawasi, no sul de Gaza, que regista o caso de uma bebé que “congelou até à morte”.

“Sila Mahmoud Al-Faseeh congelou até à morte devido ao frio extremo nas tendas colocadas na praia de Mawasi Khan Yunis, numa área que é declarada pela ocupação israelita como ‘uma zona humanitária temporária segura para pessoas deslocadas’”, indicou o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, Munir al-Bursh, nas redes sociais.

Pelo menos outros dois bebés, um recém-nascido com três dias e um bebé com um mês, morreram também em Al-Mawasi na última semana e, à CNN, responsáveis do Hospital Nasser, em Khan Younis, avançam que são registados pelo menos cinco casos de hipotermia por dia.

Desde o ataque do Hamas a Israel, em outubro do ano passado, mais de 45 mil pessoas morreram na Palestina, entre elas mais de 17.600 crianças, e 107 mil ficaram feridas.

Israel ataca hospital no norte de Gaza

Esta sexta-feira, forças israelitas invadiram o hospital de Kamal Adwan, uma das três instalações de saúde ainda a funcionar no norte de Gaza, levando a que dezenas de pacientes e centenas de pessoas deslocadas fossem retiradas do edifício, que ficou parcialmente em chamas, indicaram oficiais do Ministério da Saúde de Gaza.

Em comunicado, citado pela Al Jazeera, Munir al-Bursh refere que as forças israelitas se encontram “no interior do hospital e a incendiá-lo”.

Israel confirmou o ataque ao hospital, indicando que o mesmo “serve como forte do Hamas no norte de Gaza”.

No último dia foram registadas 25 mortes na Faixa de Gaza, 15 delas numa casa na cidade de Gaza.

Madeira: Albuquerque irá participar nas audiências em Belém e no Conselho de Estado

O presidente do Governo da Madeira e líder do PSD regional, Miguel Albuquerque, disse esta sexta-feira que vai participar na audiência com o Presidente da República, quando forem convocados os partidos representados na Assembleia Legislativa, e também no Conselho de Estado.

“Sim, a minha ideia é ir às duas reuniões”, declarou.

Miguel Albuquerque explicou, contudo, não ter recebido ainda qualquer indicação da Presidência da República sobre as audiências aos partidos e a reunião do Conselho de Estado, na sequência da queda do executivo minoritário do PSD, com a aprovação em 17 de dezembro da moção de censura apresentada pelo Chega.

“Não sei [a data das reuniões], o senhor Presidente é que vai decidir”, disse.

Miguel Albuquerque falava aos jornalistas no Salão Nobre do Governo Regional, no Funchal, à margem da cerimónia de atribuição de bolsas de mérito a 17 estudantes do secundário com as melhores notas de candidatura ao ensino superior, uma iniciativa do executivo que decorre pelo quarto ano consecutivo.

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Marcelo ouve partidos e Conselho de Estado em janeiro sobre Madeira

Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que, de acordo com a Constituição, para poder exercer o poder de dissolução da Assembleia Legislativa Regional irá no início de janeiro ouvir todos os partidos do parlamento madeirense e depois convocar o Conselho de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas durante uma visita ao Barreiro, em Setúbal, para a tradicional ginjinha de Natal, admitiu que o representante da República para a Madeira lhe transmitiu que todos defendem eleições.

Questionado se já se decidira pela dissolução, respondeu negativamente, apontando os formalismos constitucionais a cumprir, escusando-se também a responder sobre o pedido da oposição interna no PSD/Madeira para que as eleições regionais sejam mais tarde.

Esta sexta-feira, Miguel Albuquerque reiterou ser “imperativo e do interesse regional” que as eleições antecipadas sejam marcadas “o mais rapidamente possível”.

“Não podemos continuar com uma região sem governo e sem orçamento aprovado, porque isso depois traz repercussões negativas para toda a nossa sociedade”, disse, acrescentando que os “madeirenses sabem e têm a certeza” que precisam de o ajudar para manter “a região na senda do progresso e da estabilidade e não entregar isto [o arquipélago] a demagogos de pacotilha”.

Pressão para eleições “o mais rápido possível” reduz margem para diretas no PSD

“Eu preciso que me ajudem, sobretudo nas próximas eleições, a manter isto na ordem, porque as pessoas querem sossego, querem tratar da sua vida, querem ter os seus negócios a prosperar, a sua vida com previsibilidade e isto é uma situação de instabilidade, de tentativa de radicalização da nossa sociedade que não traz nada de bom para ninguém”, sublinhou.

Em 17 de dezembro, o parlamento madeirense aprovou uma moção de censura do Chega contra o Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Albuquerque, com os votos a favor de toda a oposição. Só o PSD e o CDS-PP, que têm um acordo parlamentar e um total de 21 deputados (insuficientes para a maioria absoluta que requer 24), votaram contra.

Na sequência da aprovação da moção de censura, que implica a queda do executivo, Ireneu Barreto ouviu todos os partidos com assento parlamentar, por ordem decrescente de representação: PSD, PS, JPP, Chega, CDS-PP, IL e PAN.

No final dos encontros, o juiz conselheiro transmitiu aos jornalistas que todas as forças políticas “pugnaram eleições o mais depressa possível“, realçando que a sua tentativa de encontrar uma solução governativa no “quadro da atual legislatura não teve qualquer sucesso”.

PS da Madeira defende eleições regionais “o mais rápido possível”

Segundo o artigo 19.º da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, em caso de dissolução, o Presidente da República marca a data da eleição dos deputados “com a antecedência mínima de 55 dias”.

Ireneu Barreto adiantou que a data “mais provável” para a realização de eleições antecipadas é 9 de março.

A aprovação da moção de censura, uma situação inédita na região autónoma, implicou a queda da XV Governo da Madeira, que estava em funções desde 6 de junho.

O executivo tomou posse na sequência das eleições regionais antecipadas de 26 de maio, que ocorreram também devido à queda do anterior executivo, com a demissão de Miguel Albuquerque, após ter sido constituído arguido num processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago.

Madeira: Chega defende eleições antecipadas “o mais rápido possível”

“É muito urgente conhecer resultados da auditoria ao SNS24”, diz diretor executivo do SNS

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde disse esta sexta-feira ser “muito urgente” conhecer os resultados da auditoria à Linha SNS24 para corrigir situações de demora no atendimento ou encaminhamento errado dos utentes.

“É muito urgente saber o que se passou para resolver, para não se repetir”, afirmou António Gandra de Almeida, em declarações aos jornalistas, prometendo que as auditorias serão rápidas.

Na quinta-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse estar em curso uma auditoria interna para aferir o que correu mal, nomeadamente num caso ocorrido em Torres Vedras de uma criança encaminhada para uma urgência que estava fechada, divulgado pela SIC, ou de queixas de utentes em Loures, divulgados pela RTP, de que na manhã de quinta tinham estado uma hora a ligar para a linha SNS24 sem sucesso.

Esta sexta-feira em Baião, no distrito do Porto, onde inaugurou as obras realizadas na extensão de Saúde de Santa Marinha do Zêzere, o diretor executivo do SNS, referindo-se àqueles casos, admitiu que “algo correu mal”, frisando ser necessário “encontrar a solução para que não se repitam”.

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“Para isso, precisamos da conclusão do que se passou“, acentuou, indicando não ter ainda conhecimento dos resultados da auditoria interna anunciada pela ministra.

“É claro que estamos a procurar saber o que correu menos bem para corrigir e melhorar o que existe“, reafirmou, lamentando os episódios noticiados pelos órgãos de comunicação social.

“É de lamentar que tenha acontecido. Foi uma infeliz circunstância que aconteceu”, comentou, considerando que se tratou de “um caso esporádico, tendo em conta as dezenas de milhares de chamadas que o SNS24 atende”.

“Estamos em contacto com as ULS (unidades locais de saúde) e com o SNS24 para tentar que estes percalços não aconteçam”, insistiu, referindo que, nesta altura do ano, com as infeções respiratórias, é normal haver picos na afluência aos serviços de saúde.

“Nós tentamos sempre reforçar os meios existentes, nomeadamente a linha, com as pessoas que encontramos, às quais é preciso dar formação, o que leva o seu tempo, e dar capacidade de resposta. Os picos são sempre uma situação muito difícil. As situações de exceção hão de existir sempre, temos é que minimizar o impacto das mesmas”, defendeu.

António Gandra da Almeida referiu que este ano, ao nível da resposta nos serviços de urgência, tem havido “uma resposta mais robusta do que em períodos interiores”, mas admitiu haver ainda “um caminho a andar”.

“Gostaríamos de continuar a fazer este caminho, de continuar a capacitar o SNS de uma resposta eficaz e robusta à população”, concluiu.

Fernando Gomes deixa mensagem de agradecimento à Nike: «Durante 27 anos partilhámos um caminho de sucesso»

Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), deixou esta sexta-feira uma mensagem de agradecimento à Nike pelos 27 anos de parceria, uma ligação que se iniciou em 1997 e que terminará no final deste ano. “Ao longo destes anos, a Nike foi mais do que um fornecedor de equipamentos. Foi um parceiro fundamental que acompanhou as nossas seleções em momentos cruciais da sua história. Juntos, conseguimos apuramentos consecutivos para as fases finais das principais competições internacionais, bem como títulos que ficaram gravados na memória dos adeptos e na história do desporto nacional. Durante 27 anos partilhámos um caminho de sucesso e inspirámos milhões de adeptos que associaram a marca às nossas seleções. Em nome da FPF, agradeço à Nike por todo o apoio e pela dedicação ao longo desta duradoura jornada”, escreveu o líder federativo, numa mensagem partilhada através do site oficial do organismo e que foi acompanhada com um vídeo de homenagem à longa jornada partilhada entre as duas organizações.

Por Sérgio Magalhães

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Maputo quase sem combustíveis e com filas de centenas de metros

Maputo está a enfrentar uma crise de combustíveis devido à tensão social após o anúncio dos resultados das eleições gerais, com a generalidade dos postos encerrados e os poucos que funcionam com filas de centenas de metros.

“Já fui a quatro bombas (…) Está um caos. Está um caos, não tenho palavras para dizer, está muito mal”, descreve Ilídio Sarmento, que percorreu a cidade à procura de combustível para a viatura.

Colocou-se na fila para abastecer num posto na avenida Eduardo Mondlane, que começava noutra avenida, a 24 de Julho, paralela, e aguentou mais de uma hora e meia.

“Foi a única que encontrei, não posso desistir agora”, lamenta, ainda a algumas dezenas de metros do abastecimento.

O mistério dos “homens catana” : “O terror chegou aos bairros” de Moçambique, numa “agenda maquiavélica”

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Já Hermenegildo Macausse faz contas à vida, dentro do carro, ao fim de mais de duas horas numa fila que se prolongava por dois quarteirões: “Já percorri outras bombas, umas não têm combustível, outras têm, mas com restrições”.

Descrevendo a situação que se vive em Maputo como “muito complicada”, e ainda com mais de uma dezena de viaturas pela frente até chegar ao abastecimento, ainda acredita que vai conseguir encher o tanque: “Penso que sim, vamos ser otimistas”.

Já Edson da Costa chegou a pé ao posto de abastecimento, aguardando junto às dezenas que fazem uma fila lateral para encher garrafões de cinco litros. O carro ficou em casa, parado, sem combustível, depois de já ter tentado reabastecer na quinta-feira, sem sucesso.

“Hoje (sexta-feira) vou ver se consigo”, afirma, descrevendo o cenário logo de seguida: “Triste, complicado. É uma situação que não sei como é que vamos aguentar”.

Brasil preocupado com agitação social em Moçambique após anuncio de novo PR

Na mão tem o único garrafão de água, vazio, que conseguiu arranjar e mesmo assim enfrenta as limitações que os postos estão a colocar, na tentativa de fornecer combustível ao máximo de clientes possível, cenário que se regista pelo segundo dia consecutivo.

“É aquilo que consegui, pelo menos cinco litros para circular hoje (sexta-feira) ou amanhã (…) O carro está em casa, estacionado”, diz.

Enquanto isso, Stélio Mata não tem nãos a medir para servir gasolina e gasóleo: “Estamos a ter enchente à procura de combustível”.

O problema é que com a agitação social que afeta Moçambique, incluindo barricadas, nomeadamente nas cidades de Maputo e da Matola, o reabastecimento de combustível não chega ao centro da cidade.

Para já “dá para abastecer”, conta Stélio, admitindo que nunca viveu cenário igual, tal é a procura.

“Como isto não, é a primeira vez”, diz.

O centro de Maputo voltou esta sexta-feira a acordar deserto, sem transportes públicos a funcionar, num clima de tensão social após o anúncio dos resultados das eleições gerais moçambicanas.

Numa ronda pela cidade foi possível constatar que a generalidade das instituições, bancos, empresas, comércios e restaurantes estão fechados.

Moçambique vive novo dia de tensão social na sequência do anúncio dos resultados finais das eleições gerais, marcados nos anteriores por saques, vandalizações e barricadas, nomeadamente em Maputo.

Pelo menos 252 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais desde 21 de outubro, metade das quais apenas desde o anúncio dos resultados finais, na segunda-feira, segundo novo balanço da plataforma eleitoral Decide.

Ainda desde segunda-feira, aquela ONG contabilizou 224 pessoas baleadas, número que sobe para 569 desde o início da contestação, em 21 de outubro, além de 4.175 detidos.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou na segunda-feira Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Este anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane — que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos — nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

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