Uma aventura pelo mundo do futebol que pode ter mais uma paragem: Carlos Queiroz na Tunísia para negociar contrato

Depois da curta passagem pela seleção do Qatar em 2023, naquele que foi uma espécie de concretizar de um desejo antigo tendo em conta as negociações que manteve com os responsáveis antes da primeira passagem pelo Irão com início em 2011, Carlos Queiroz foi recebendo alguns convites mas optou por ter um período sabático mais afastado dos relvados. No entanto, nem por isso deixou de continuar a motivar cobiça entre seleções e o próximo desafio pode estar próximo naquele que seria um regresso a território africano.

O treinador português chegou esta noite à Tunísia, onde irá negociar com a Federação local um contrato a médio/longo prazo. De acordo com a imprensa local, está em cima da mesa um acordo válido por quatro anos, que terá como principal objetivo a qualificação para o próximo Campeonato do Mundo de 2026 que se irá realizar entre EUA, México e Canadá. Carlos Queiroz irá primeiro conhecer o projeto desportivo da Federação e também as condições de trabalho no país, podendo depois assinar contrato.

Depois do percurso de sucesso de Jalel Kadri, que comandou a Tunísia no Mundial de 2022 no Qatar com um empate frente à Dinamarca, uma derrota com a Austrália e um triunfo diante da França na fase de grupos antes de ficar logo na primeira fase da Taça das Nações Africanas de 2023, o comando técnico da equipa africana tem vivido tempos particularmente agitados, com Montasser Louhichi a ficar como interino até à chegada de Faouzi Benzarti, um dos treinadores mais experientes do país que esteve no cargo durante cinco meses e dois jogos antes de rescindir de forma amigável e entregar o comando ao interino Kais Yaâkoubi.

Nesta altura, a Tunísia está qualificada para a próxima fase final da Taça das Nações Africanas, que irá decorrer entre dezembro de 2025 e janeiro de 2026 em Marrocos, e lidera o grupo H da fase de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026. São esses os dois primeiros grandes objetivos da Federação, com prioridade para a terceira participação consecutiva em Mundiais como aconteceu apenas uma vez na história, no período entre 1998 e 2006. A melhor presença de sempre na competição continua a datar de 1978, quando a formação africana terminou na nona posição, mas também aí não passou da fase de grupos.

Da parte de Carlos Queiroz, e confirmando-se aquilo que foi levantado no início das negociações em termos de projeto e condições de trabalho, a Tunísia poderá ser mais um ponto histórico na longa carreira: caso consiga qualificar-se para o Mundial de 2026 na América do Norte, o português passará a ser o primeiro selecionador a conseguir cinco apuramentos para fases finais do Campeonato do Mundo, mais uma do que Walter Winterbottom e Óscar Tabárez. Nesta altura, a Tunísia ocupa o primeiro lugar do grupo H de qualificação com dez pontos em quatro jogos, mais dois do que a Namíbia e mais três do que a Libéria. Fazem parte também do leque de adversários Malawi, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe.

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Corbet e Mangold nos nomeados para prémios da associação de realizadores de Hollywood

Os realizadores Jacques Audiard, por “Emilia Pérez”, Sean Baker (“Anora”), Edward Berger (“Conclave”), Brady Corbet (“The Brutalist”) e James Mangold (“A Complete Unknown”), estão nomeados para os prémios da Associação de Realizadores de Hollywood (DGA), foi divulgado esta quarta-feira.

A DGA revelou os nomeados para os prémios de 2025, com cinco realizadores que se estreiam na lista para este prémio, de acordo com a revista especializada Variety. “A complete unknown”, de James Mangold, focado no músico norte-americano Bob Dylan, também somou quatro nomeações para os prémios da associação de atores e atrizes de Hollywood (SAG).

Também o realizador alemão Edward Berger, que perdeu a nomeação para realizador por “All Quiet on the Western Front” (2022), apesar de ter ganho o prémio BAFTA de realização, se estreia na lista agora com o thriller religioso “Conclave”.

O vencedor de um Globo de Ouro e líder de prémios da crítica, Brady Corbet, com “The Brutalist”, o cineasta independente Sean Baker, com “Anora”, e a lenda francesa Jacques Audiard, com “Emilia Pérez”, também discutem o prémio.

Na categoria de realizador estreante, a DGA nomeou Payal Kapadia por “All We Imagine as Light”, Megan Park (“My Old Ass”), RaMell Ross (“Nickel Boys”), Halfdan Ullmann Tøndel (“Armand”) e Sean Wang (“Dìdi”).

Os vencedores serão anunciados na 77.º edição dos prémios DGA, que decorrerá em 8 de fevereiro.

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Governo recua e já não vai impôr fim da publicidade na RTP até 2027

O ministro dos Assuntos Parlamentares anunciou esta quarta-feira que o novo contrato de concessão da RTP recomenda que a RTP1 deve deixar de ser financiada por publicidade no futuro, sem estabelecer prazo, caindo a imposição do seu fim em 2027.

Pedro Duarte, que falava em entrevista à CNN Portugal, acrescentou que a revisão do contrato de concessão do serviço público de rádio e de televisão da RTP foi colocado em consulta pública e que “uma das medidas que lá está tem a ver” com o seu financiamento.

“Tínhamos uma intenção originai de libertar a RTP da publicidade comercial” até 2027 “para poder estar mais próximo das pessoas e, portanto, atingir mais pessoas”, mas “o Parlamento travou isso” e “democraticamente fomos, em certo sentido, obrigados a desistir dessa ideia original”, sendo agora recomendado que “a RTP deve tendencialmente nos próximos anos, não temos um prazo, mas deve caminhar num sentido que a RTP1 deixe de ser financiada por publicidade comercial”, afirmou o governante.

O Governo de Montenegro apresentou, em Outubro, um Plano de Acção para a Comunicação Social, composto por 30 medidas divididas em quatro eixos — Regulação do Sector, Serviço Público Concessionado, Incentivos ao Sector, Combate à Desinformação e Literacia Mediática. Este plano contempla, entre outros pontos, o fim da publicidade na RTP e saídas voluntárias de até 250 trabalhadores, com a contratação de um jornalista por cada dois que se retirarem.

Ouvido na Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto dias depois, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, assegurou que “visa reforçar o serviço público, libertando-o do capitalismo publicitário, olhando para os espectadores e não para os objectivos publicitários”. “A RTP tem uma ficção fantástica, não façamos ficção em torno da RTP”, acrescentou.

O fim da publicidade na RTP de forma progressiva dominou quase por completo a comissão parlamentar requerida por quase todos os partidos da oposição. Insistindo que “o Governo quer salvar a RTP”, Pedro Duarte lembrou que 64% dos espectadores do canal público “são pessoas com mais de 65 anos”, referindo que a estação “tem de se modernizar” e chegar aos mais jovens, “porque só assim se fará serviço público”.

Relatório da OPSA diz que emergência climática tem de ser emergência de saúde pública

A emergência climática tem de ser considerada uma emergência de saúde pública, diz o Observatório Português da Saúde e Ambiente (OPSA), que considera que a ligação saúde-ambiente tem sido negligenciada.

No primeiro Relatório Saúde e Ambiente, que é divulgado esta quinta-feira na Fundação Gulbenkian, o OPSA afirma que apesar da intervenção do Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA), no período de discussão pública do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC2030), “este ignorou considerações sobre o domínio Saúde-Ambiente”.

Também a nível internacional a relação tem sido esquecida, como nas conferências da ONU sobre o clima (COP), nas quais “nem todas as determinantes ambientais da saúde recebem a devida atenção”. A última COP, em finais do ano passado, foi apenas a segunda vez em 29 em que um dia foi dedicado à saúde.

O documento de cerca de 200 páginas contém alertas sobre a situação mundial em termos de alterações climáticas, perda de sustentabilidade, poluição e outros fatores que colocam em perigo a existência futura de vida humana no planeta.

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Desde 1970 o planeta Terra perdeu a capacidade de regeneração” para sustentar a população, refere o documento, recordando que as alterações climáticas estão a suceder-se ao ritmo dos “cenários mais pessimistas”.

“Confirma-se que o ano de 2024 foi o mais quente já registado e é possível que tenha sido o ano mais fresco do resto das nossas vidas”, diz o OPSA, lembrando depois que no ano passado as alterações climáticas acrescentaram, em média, 41 dias adicionais de calor perigoso, que ameaçaram a saúde das pessoas. Em Portugal foram 20 dias.

As alterações climáticas também exacerbam as catástrofes ambientais, como os incêndios. Em Portugal, entre 2011 e 2023 ardeu um terço do território do continente, 2.948.578 hectares.

O OPSA lembra também no relatório que as alterações climáticas são causadas pelas emissões de gases com efeito de estufa, que duplicaram nos últimos 50 anos, e pela desflorestação, que reduz a captura de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. “Em 2023, foram desflorestados no mundo 37.000 quilómetros quadrados, o equivalente a 10 campos de futebol por minuto”.

Sobre a degradação dos ecossistemas e poluição, o relatório nota que tem havido um aumento, que 75% da superfície terrestre sem gelo já terá sido “significativamente alterada”, e que tenham sido perdidos mais de 85% das zonas húmidas.

No mundo, afirma também, nove em cada dez pessoas respiram ar com níveis elevados de poluentes, excedendo os limites das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A quantidade de plástico já produzida ultrapassa uma tonelada por habitante do planeta, com as consequências conhecidas, e em mais de 20% dos rios e lagos da Europa foram detetados níveis preocupantes de pesticidas, além de que cerca de 21% dos carcinógenos associados ao cancro da mama foram encontrados em materiais que estão em contacto com os alimentos.

Em Portugal, o tráfego rodoviário tem aumentado nas principais cidades e o ruído associado continua a ser uma preocupação, à qual se junta a ruído resultante do aumento dos voos no país.

Neste cenário descrito no relatório junta-se a aceleração da perda de biodiversidade. “Nos últimos 50 anos, registou-se uma diminuição média de 73% nas populações de animais selvagens. São extintas por dia cerca de 150 espécies e um milhão de espécies estão em risco de extinção”.

E a seca global afeta atualmente cerca de 55 milhões de pessoas e poderá impactar mais de 75% da população mundial até 2050. Portugal é dos países mais vulneráveis.

Ainda de acordo com o documento, Portugal tem registado avanços e recuos na evolução das determinantes ambientais da saúde, cuja monitorização em todo o país “é ainda muito escassa”.

Ministra do Ambiente diz que alteração à lei dos solos visa construir mais habitação pública

A ministra do Ambiente afirmou, esta quarta-feira, que a alteração à lei dos solos é uma solução para a construção de mais habitação pública e rejeitou as críticas que apontam para o eventual crescimento da especulação imobiliária e da corrupção.

Em Braga, à margem do lançamento da primeira pedra da nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do concelho, Maria da Graça Carvalho enfatizou que o grande objetivo é contrariar a falta de solos para concretizar a construção de habitação pública prevista no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“O que estamos a falar aqui é de solo rural agrícola que seja necessário para construção de edificação essencialmente pública, para executar o PRR”, referiu.

A ministra sublinhou que há “uma grande falta de habitação” em Portugal, considerando que esse é “um dos principais problemas da pobreza” no país.

“Falamos muito em estratégias para os sem-abrigo, estratégias de luta contra a pobreza, e isso começa essencialmente por habitação e temos que começar por habitação pública”, referiu.

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Lembrou que Portugal “tem muito menos habitação pública que os outros países europeus” e que “não existem solos para essa habitação pública”.

“Os solos que existem são muito caros, não dá para a construção (…), daí esta ser uma solução para habitação pública, para completar um grande desígnio nacional, que é esta construção do PRR”, disse ainda.

Por isso, a ministra disse não compreender as preocupações e as críticas que têm sido feitas à alteração da lei dos solos, admitindo que os seus autores “não perceberam exatamente todo o contexto” daquele regime jurídico.

Esquerda quer implodir decreto da lei dos solos. Bloco central vai travá-la

Em relação ao eventual aumento da especulação imobiliária, Maria da Graça Carvalho disse que igualmente não percebe essa preocupação.

“Não percebo também a questão da especulação imobiliária, porque começa no princípio de achar que isto fica delegado muito nos municípios e parte do princípio de que os técnicos dos municípios e as assembleias municipais são mais suscetíveis à corrupção do que o central”, apontou.

Disse que essa não é a sua perceção, considerando que tanto a administração central como a local são competentes e regem-se “pelos princípios e pela evidência”.

“Poderá haver exceções, como há em todo o lado, que quando são detetadas são julgadas. Mas isso tanto se passa no central como no local. E mais, temos assembleias municipais que são órgãos que vão vigiar o que se está a passar nas câmaras municipais”, disse ainda.

Acrescentou que todas as regiões protegidas do ponto de vista ambiental estão salvaguardadas.

Em relação à abertura do Governo para eventuais alterações ao decreto, a governante remeteu para o ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.

A nova ETAR de Braga vai custar cerca de 30 milhões de euros e estará pronta dentro de um ano e meio a dois anos. Terá capacidade para tratar os efluentes de 200 mil pessoas.

Esta quarta-feira, foi lançada a primeira pedra do emissário que vai levar as águas para a ETAR e que terá uma extensão de 3,7 quilómetros.

O presidente da Agência Portuguesa para o Ambiente, Pimenta Machado, disse que a ETAR será uma espécie de “fábrica de produtos novos”, possibilitando a reutilização da água, valorizando as lamas e produzindo biogás e energia para autoconsumo.

Pimenta Machado disse ainda esperar que um dia a ETAR transforme biogás em biometano.

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, disse que a atual ETAR regista uma “sobrecarga absolutamente inaceitável e incomportável tecnicamente”, representando uma “enorme mancha negra” na performance da empresa municipal Agere.

Para o autarca, a ETAR já estava “em completa sobrecarga” em 2013, quando assumiu a liderança da câmara de Braga, até então gerida pelo PS.

“Tudo o que fizemos nestes 10 anos já devia estar feito em 2013”, referiu.

Seguro já é candidato, falta o anúncio

Ex-líder do Partido Socialista (PS), António José Seguro tenta ocupar o espaço socialista nas presidenciais sem esperar pelo partido, mas depois de ter falado com Pedro Nuno Santos. É o primeiro protocandidato da área socialista em “campanha”. Está escolhido o candidato que o PS vai apoiar?


O Soundbite está disponível de segunda a sexta-feira em todas as aplicações para escuta de podcasts — como a Apple Podcasts ou o Spotify —​ e na área de podcasts do site do PÚBLICO.

André Araújo é o candidato da CDU à Câmara de Vila Nova de Gaia

O investigador e artista André Araújo, de 25 anos, vai ser o cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, nas eleições autárquicas, indicou esta quarta-feira esta coligação.

Membro da concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP, André Araújo é eleito na Assembleia Municipal deste concelho do distrito do Porto e eleito na Assembleia de Freguesia de Mafamude e Vilar do Paraíso no atual mandato autárquico (2021/2025).

Em comunicado, a CDU (coligação PCP/PEV) de Gaia avança que André Araújo foi, ao longo deste mandato, “protagonista de uma destacada intervenção, no âmbito da Assembleia Municipal, profundamente ligada à realidade e às gentes do concelho, destacando-se na denúncia das trapalhadas da rede [de transportes] Unir”.

Outros temas destacados pela CDU prendem-se com a luta contra as portagens na autoestrada A29, bem como as lutas dos assistentes operacionais das escolas de Gaia, dos trabalhadores da rede Unir, dos trabalhadores da Misericórdia de Gaia, dos trabalhadores do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho e dos trabalhadores da La Perla e da Dat-Schaub.

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Na nota esta quarta-feira divulgada, a concelhia da CDU considera que Gaia é atualmente “um território desigual e com um desenvolvimento económico, social e cultural que não está à altura da sua importância”, apontando que dos transportes à habitação, da saúde à ação social, esta coligação “tem-se empenhado por um outro rumo e uma outra política que valorize a diversidade do seu território, a riqueza do seu património cultural e o bem-estar da sua população”.

A coligação PCP/PEV avança que André Araújo terá as questões dos transportes e mobilidade, a habitação e o ambiente e urbanismo “como prioridades para um concelho com grandes potencialidades, mas onde persistem injustiças e desigualdades que urge superar”.

“Esta candidatura assume a natureza insubstituível da representação da CDU nos órgãos autárquicos do concelho de Gaia onde, não fosse a presença dos seus eleitos, não seriam verdadeiramente colocados os problemas, anseios e preocupações dos gaienses”, lê-se.

Morador em Gaia, onde cresceu, André Araújo, licenciado em Jazz pelo Conservatório Real de Bruxelas, nasceu em Santo Ildefonso, no Porto.

É mestre em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro e frequenta o Doutoramento em Criação Artística na mesma instituição.

Enquanto artista emergente, expôs o seu trabalho em Portugal e no estrangeiro.

Foi selecionado como artista emergente português pela revista Portuguese Emerging Art24 e vencedor do prémio John Goto.

É, também, investigador na área dos Estudos de Artes, membro do ID+ Research Institute for Media Design and Culture e foi candidato nas eleições legislativas de 2024, pelo círculo eleitoral do Porto.

Atualmente, o concelho de Vila Nova de Gaia é liderado pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues que completará o seu terceiro mandato, não podendo candidatar-se.

O executivo municipal é composto por 11 lugares, tendo o PS nove e o PSD dois.

As eleições autárquicas deverão decorrer entre setembro e outubro de 2025.

Em Portugal há 308 municípios (278 no continente, 19 nos Açores e 11 na Madeira) e 3.092 juntas de freguesia (2.882 no continente, 156 nos Açores e 54 na Madeira).

Descoberta nebulosa que destruiu o seu sistema solar e preservou restos de exoplaneta

Um grupo de investigação internacional descobriu, pela primeira vez, uma nebulosa planetária que destruiu o seu próprio sistema solar mas manteve os destroços de um exoplaneta no seu interior.

O Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) explicou, em comunicado divulgado na quarta-feira, que até agora foram descobertos mais de 5.000 exoplanetas a orbitar estrelas de todos os tipos e de quase todas as fases evolutivas.

Embora tenham sido vistos exoplanetas em torno de anãs brancas, ou seja, a última fase da vida de estrelas de massa baixa e intermédia como o Sol, nunca foi detetado um exoplaneta em torno de uma estrela na fase anterior, precisamente aquela que se designa por nebulosa planetária.

As nebulosas planetárias são bolhas brilhantes encontradas em torno de anãs brancas mais jovens, formadas a partir de matéria ejetada da estrela central do sistema no final da sua vida, pouco antes de se tornar uma anã branca.

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A expulsão desta matéria interfere com os planetas que orbitam em torno da estrela, fazendo com que os mais próximos caiam para o interior até serem engolidos pela estrela central, e os menos próximos se afastem ainda mais, chegando mesmo a libertar-se e a escapar daquele sistema estelar.

A ausência de exoplanetas detetados em torno de estrelas na fase de nebulosa planetária apresenta problemas significativos para a compreensão de como podem existir exoplanetas em órbita de estrelas em fases evolutivas posteriores.

“Esta descoberta, publicada na revista Nature Astronomy, na qual o IAC participou, é um passo importante para compreender a população de exoplanetas em torno de estrelas evoluídas”, referiu o IAC.

A descoberta foi feita através da inspeção de dados de 2.000 estrelas centrais de nebulosas planetárias do satélite GAIA e do mapeamento ZTF, que significa Zwicky Transient Facility, um projeto de observação astronómica que utiliza telescópios robóticos para digitalizar grandes superfícies do céu noturno regularmente e permite que as mudanças neste sejam estudadas.

Foi um astrónomo amador, Klaus Bernhard, pertencente à associação alemã Bundesdeutsche Arbeitsgemeinschaft fur Veranderliche Sterne, que descobriu um comportamento muito invulgar numa destas nebulosas planetárias.

“Olhando para os dados, reparei que em 2021 a estrela central de WeSb1 escureceu mais de noventa por cento durante algumas semanas e depois voltou ao seu brilho normal. Em anos anteriores, também houve alturas em que escureceu muito, mas sempre com uma duração diferente e nunca se tornando tão fraco”, contou Klaus Bernhard.

“A indicação típica da presença de um exoplaneta ou estrela companheira são quedas curtas e regulares no brilho da estrela devido a eclipses, por isso foi uma grande surpresa quando Klaus nos mostrou a variabilidade muito rara desta estrela”, explicou David Jones, coautor do artigo e investigador do IAC.

[Já saiu o quarto episódio de “A Caça ao Estripador de Lisboa”, o novo Podcast Plus do Observador que conta a conturbada investigação ao assassino em série que há 30 anos aterrorizou o país e desafiou a PJ. Uma história de pistas falsas, escutas surpreendentes e armadilhas perigosas. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube. E pode ouvir aqui o primeiro episódio, aqui o segundo e aqui o terceiro episódio]

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Para James Munday, coautor do artigo e estudante de doutoramento na Universidade de Warwick, no Reino Unido, a única explicação viável para o seu comportamento é que existiam grandes nuvens de poeira a orbitar perto da estrela central e no interior da nebulosa.

“Ao reunir todos os dados de diferentes fontes, tornou-se claro o que estava a acontecer no sistema”, destacou Jan Budaj, principal autor do estudo e investigador da Academia de Ciências Eslovaca.

Budaj acrescentou que “a estrela central não é uma estrela, mas duas” e que a interação da estrela central com a sua companheira “formou a nebulosa e, ao mesmo tempo, destruiu o seu sistema planetário, deixando os restos sob a forma de grandes nuvens de poeira a orbitar em torno da estrela companheira”.

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