Jaime Faria no Open da Austrália: “É um bocado absurdo como tudo aconteceu tão rápido”
Não foi há muito tempo que Jaime Faria disse à Renascença que tinha muito “respeito pela derrota” e que o ténis dava “umas boas sovas de humidade”. Foi em abril, por acasião da estreia do jovem tenista em torneios ATP, no Estoril Open, enquanto Monfils e Henrique Araújo batiam umas bolas.
De lá para cá, somou vitórias em challengers, treinos e aprendizagens. Nas últimas horas entrou num elevador mágico, entalado entre sonhos, até que a derradeira bola fez ‘pling’ e sentenciou que acabara de entrar no quadro principal do Open da Austrália, o primeiro major da época. É a primeira vez para Faria. Tem 21 anos.
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“Sinto-me muito feliz”, confessa a Bola Branca. ”Foi a primeira vez que me qualifiquei, é uma sensação inacreditável. Fazê-lo aqui no início da época é começar com o pé direito.”
O ranking, qual ditadura do resultadismo e espelho dos fados de cada um, vai demonstrando a caminhada relevante de Jaime Faria. Em 2023, estava abaixo do top-400. O ano passado foi especial, sobretudo pelo que fez no Algarve, entre fevereiro e março, quando ganhou quatro torneios ITF em quatro semanas.
Atualmente, está no 124.º da lista, mas já conseguiu melhor, em novembro, com um 116 e uma importante aproximação ao top-100. Deverá estar para breve…
Perguntamos-lhe sobre a tal estreia em torneios ATP, em abril, e agora a entrada no paraíso, depois de superar Brouwer, Sweeney e Lajal no qualifying do torneio australiano, em terra batida. O tenista soltou um risinho antes de responder. “Em abril joguei o meu primeiro ATP no Estoril… é um bocado absurdo como tudo aconteceu tão rápido”, confessa.
“Consegui evoluir bem”, continua, “consegui ganhar jogos nos challengers, fiz uma subida boa. Tenho de assumir que este é cada vez mais o meu nível, jogar e continuar a trabalhar para estar nestes torneios, que é o que eu quero”.
Segue-se agora o russo Pavel Kotov, número 99 do mundo. Como estamos, então? “O meu ténis está bom”, garante Faria. “Sinto-me a jogar bem, a servir bem, com inícios de jogadas bons, e cada vez mais confiante ronda após ronda.”
Para finalizar esta comunicação Lisboa-Melbourne, questionamos sobre o festejo, após o feito importante para o ténis nacional, em que entrelaça os dedos e tapa o rosto, lembrando um certo e determinado futebolista…
“É um festejo inspirado, acho que toda a gente sabe, no Gyökeres”, solta outra risada. “É um dos meus jogadores preferidos do Sporting, sou do Sporting, um grande fã. É um jogador que tem marcado a nossa equipa nas últimas épocas.”