Alunos criticam descongelamento de propinas “em contraciclo” com melhores práticas europeias

A Federação Académica do Porto criticou esta quinta-feira as declarações do ministro sobre o eventual descongelamento das propinas, classificando-as de uma insistência ideológica “em contraciclo com as melhores práticas de políticas públicas” europeias.

Em declarações à Lusa, o presidente da FAP, Francisco Porto, disse ter visto com “alguma surpresa” o facto de o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, ter retomado o tema da possível subida do valor das propinas no ensino superior a partir de setembro.

“A FAP tem uma posição construtiva sobre o tema e, tal como o senhor ministro, concordamos que o que tem de ser assegurado é a Ação Social e que quem menos tem as mesmas possibilidades de usar o ensino superior como um elevador social, mas não podemos aceitar uma insistência, que só pode ser ideológica, de caminhar em contraciclo com as melhores práticas de políticas públicas da Europa”, afirmou Francisco Porto.

Contra o descongelamento das propinas, o representante de quase 80 mil estudantes do ensino público e privado sugeriu uma alternativa: Acabar com a política de devolução de propinas a quem fica a trabalhar em Portugal, uma medida lançada pelo anterior governo e, na altura, “criticada pelo PSD”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Se queremos investir na Ação social, mantenhamos as propinas como estão e acabemos com a devolução das propinas, que isso sim, é uma péssima política pública”, defendeu.

Sobre o risco de o descongelamento do valor das propinas aumentar o abandono escolar no ensino superior, o presidente da FAP desvalorizou essa hipótese.

Ministro da Educação admite descongelar propinas no ensino superior a partir de setembro

“Muito mais do que o impacto direto de estudante a estudante, estamos a falar do impacto da mensagem. O aumento dos custos de estudar no ensino superior é uma mensagem de desvalorização do ensino superior”, disse.

Sobre eventuais protestos contra as declarações feitas esta semana pelo ministro, Francisco Porto entende que é preciso esperar para perceber o que irá acontecer.

“Se virmos que a medida tem pernas para andar, tomaremos outras decisões, mas para já não faremos qualquer protesto, porque estamos focados em resolver os problemas do ensino superior sem criar mais problemas”.

O possível descongelamento do valor das propinas já tinha sido noticiado por vários órgãos de comunicação social quando estava a ser escrito o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), mas a medida não chegou a constar da proposta do Governo.

Esta semana, o ministro da Educação admitiu a possibilidade de descongelar o valor das propinas a partir de setembro, explicando que a medida está dependente das conclusões do estudo de avaliação da ação social, que está a ser feito pela Universidade Nova de Lisboa.

Na quarta-feira, no final de uma ronda de reuniões com sindicatos sobre a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), o ministro afirmou que o novo regulamento de ação social deverá refletir todos os custos que os estudantes têm de frequentar o ensino superior, que “envolvem muitas dimensões, incluindo as propinas”.

Morato recorda treinos com Jorge Jesus no Benfica: «Pensei que ele estava a ficar louco…»

Defesa, que hoje atua no Nottingham de Nuno Espírito Santo, não esquece passagem pelas águias

Atualmente na equipa sensação da Premier League, o Nottingham Forest de Nuno Espírito Santo, Morato recordou na quarta-feira, em entrevista à ESPN Brasil, um outro treinador português que teve um contributo importante no início da sua carreira: Jorge Jesus. O defesa-central brasileiro, de 23 anos, esteve no Benfica entre 2019 e 2024, e recordou o momento em que subiu à equipa principal pela mão do antigo técnico das águias, que agora orienta o Al Hilal da Arábia Saudita. “Foi ele quem me subiu da equipa B e que me ensinou muitas coisas. Era alguém que tinha um dia que só trabalhava a defesa e eu pensava que ele estava a ficar louco. Não era possível. Uma hora e meia de treino e ele gritava, não se cansava, e nós ali a treinar defesa apenas. Mas foi quem me deu as primeiras oportunidades no Benfica, que acreditou em mim em muitos momentos. O meu primeiro golo na Liga dos Campeões foi ele que me colocou no jogo, estava a jogar com ele. Foi bom, uma experiência boa. Não sei se nos vamos encontrar de novo, mas quem sabe”, disse o esquerdino.

Por Sérgio Magalhães

Deixe o seu comentário

Autarca diz que portagens na A25 em Aveiro são “injustas, absurdas e ridículas”

O presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, classificou esta quinta-feira de “injusta, absurda e ridícula” a manutenção das portagens na Autoestrada 25 (A25) entre Albergaria-a-Velha e Aveiro.

“A isenção das portagens na A25, de Vilar Formoso a Albergaria-a-Velha, aplicada desde 1 de janeiro, vem dar uma dimensão injusta, absurda e até ridícula ao facto de em apenas 13 quilómetros da A25 existir pagamento de portagem, numa via com quase 200 quilómetros”, critica o autarca.

A posição é assumida em nome da Câmara de Aveiro, referindo-se ao troço do Nó de Esgueira, em Aveiro, ao Nó da A1, em Albergaria-a-Velha, com três pórticos de cobrança que persistem na A25.

“Nem sequer se percebe porque é que a proposta de Lei aprovada pela Assembleia da República não assumiu a isenção na A25 toda“, acrescenta.

Para Ribau Esteves, o argumento dos partidos que aprovaram a lei, de que esse troço de 13 quilómetros ainda portajado pertence a outro contrato de concessão, “é uma nota administrativa e de burocracia que se ultrapassa com a lei se o legislador assim o quiser”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Aveiro é e continua a ser a única cidade portuguesa rodeada de autoestradas com portagem, mesmo sabendo que essas vias são uma verdadeira via de cintura urbana de Aveiro”, sublinha, em nota de imprensa.

Afirmando que “a A25 nunca teve nem tem alternativa em todo o seu traçado e muito em especial no município e na região de Aveiro”, o texto chama a atenção para a sobrecarga de vias urbanas.

Tal situação constitui “um atentado contra a segurança e a qualidade de vida das populações, com especial incidência para os aglomerados urbanos de Cacia e Esgueira, no município de Aveiro”, considera.

O presidente da Câmara de Aveiro adianta que “vai promover mais diligências institucionais, em ambiente reservado e público, junto do Governo e dos partidos com assento parlamentar”, para que a abolição de portagens na A25 seja aplicada ao município.

“Desde 2010 que Ribau Esteves, na sua condição de presidente da Câmara Municipal de Ílhavo (1998/2013), da Câmara Municipal de Aveiro (2013/2025) e da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (2001/2022), defende e luta pela abolição das portagens na A25, em toda a A25 e com uma incidência mais forte no troço entre o Nó do Estádio e o Nó de Angeja”, recorda a nota de imprensa.

A 1 de janeiro foram abolidas as portagens nas vias rápidas estruturantes do Interior e Algarve conhecidas como SCUT, após mais de 13 anos de luta das populações pela reposição do modelo inicial de financiamento destas estradas sem custos para o utilizador.

As portagens foram abolidas na A4 – Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 – Pinhal Interior, A22 – Algarve, A23 – Beira Interior, A24 – Interior Norte, A25 – Beiras Litoral e Alta e A28 — Minho, esta última apenas nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.

Jato ultrapassa a pista e explode em praia no Brasil

Um avião de pequeno porte ultrapassou a pista do aeroporto de Ubatuba, no estado de São Paulo, e acabou por explodir na Praia do Cruzeiro, esta quinta-feira. Segundo avança a brasileira Globo, do acidente resultou um morto, o piloto. Os restantes quatro ocupantes do jato, um casal de adultos e duas crianças, foram levados para o hospital com vida. Três pessoas que se encontravam na praia no momento do acidente também tiveram de ser socorridas.

As imagens que circulam nas redes sociais dão conta do momento do sinistro: num vídeo partilhado online, é possível ver a aeronave a sair do aeródromo e a atingir a praia já a arder.

A administração do aeroporto garantiu que o avião saiu do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás, e tentou aterrar em Ubatuba onde as condições meteorológicas estavam “degradadas”, “com chuva e pista molhada”. Ao que tudo indica, o aparelho perdeu o controlo, saiu de pista e atingiu uma mulher e uma criança, que foram transportadas para o hospital com vida.

A Proteção Civil brasileira tem no local cinco viaturas e 12 bombeiros. O incidente já está a ser investigado pelas autoridades.

Segundo a imprensa brasileira, o aparelho é um Cessna 525 e foi fabricado em 2008. Tem capacidade para dois pilotos e sete passageiros.

Os “chumbos”, o “facilitismo” e o Estado da Educação

Caro leitor

A discussão é antiga e continua a ser tema recorrente: se há muitas crianças a chegar ao fim do ano sem terem aprendido o que deviam a solução é retê-las? Dito de outro modo: aprendem mais se chumbarem?

Vem isto a propósito de um excerto do Relatório Estado da Educação 2023, do Conselho Nacional de Educação (CNE), divulgado esta semana. Maria José Antunes, uma das conselheiras convidadas a reflectir no relatório sobre temas que deverão estar presentes nos debates e nas tomadas de decisão quanto ao futuro, escreve o seguinte num capítulo dedicado à educação dos zero aos 12 anos:

“A retenção, ao contrário do que se costuma supor, pode ser um outro rosto do facilitismo. Desenraizar a criança do grupo-turma, afastá-la do professor com quem criou laços, como acontece na transição para o 2.º ciclo; obrigar a criança a repetir todas as disciplinas, mesmo aquelas em que foi bem-sucedida, como ocorre nos 2.º e 3.º ciclos, são decisões, em muitos casos, pedagogicamente duvidosas, e demasiadas vezes contraproducentes. Lembra um cartoon, em que um pai agredia o filho para o ensinar a não ser violento.”

Vamos aos números que nos dizem quantos alunos “chumbaram” só em 2022/2023:

  • 1,9% dos alunos do 1.º ciclo;
  • 3,6% dos alunos do 2.º ciclo;
  • 6,2% dos alunos do 3.º ciclo;
  • 9,8% dos alunos do secundário;

Contas feitas, cerca de 100 mil crianças e jovens não passaram de ano.

As taxas apresentadas pelo CNE correspondem, com poucas excepções, mais ou menos aos valores registados no ano anterior à pandemia.

Há bastantes mais retenções entre os alunos mais vulneráveis dos pontos de vista social, económico e cultural, e entre os alunos estrangeiros.

Nos alunos com pais estrangeiros e eles são cada vez mais nas escolas — as taxas de retenção chegam a ser três vezes maiores, uma situação preocupante, segundo o CNE, que diz que faltam dados para avaliar se o ensino de Português Língua não Materna, por exemplo, está a chegar a quem precisa, de forma eficaz.

“Os alunos de nacionalidade estrangeira, à semelhança de outros grupos de alunos, necessitam de um reforço das medidas de equidade, na sociedade em geral e na escola, que garantam mais sucesso para todos”, afirma o presidente do CNE, Domingos Fernandes.

O documento não contém dados que permitam comparar as taxas de retenção em Portugal, nomeadamente no ensino básico, com as de outros países. Mas há um outro que nos dá algumas pistas: o último estudo do PISA, da OCDE, que avalia as competências dos alunos aos 15 anos.

Perguntou-se a estes alunos se já tinham ficado retidos alguma vez. Em Portugal 17,2% disseram que sim, a média da OCDE é 8,9%. Em 36 países/economias avaliadas, a taxa dos que declaram uma ou mais retenções é de 5% ou menos.

Só em quatro países europeus a taxa é mais alta do que em Portugal: Bélgica (26,5%), Países Baixos (23,3%), Espanha (21,7%) e Alemanha (19,2%). Os alunos mais pobres e os de origem estrangeira são os que mais chumbam.

A recomendação da OCDE neste relatório é clara: “Fornecer apoio adicional aos alunos com dificuldades em vez de os obrigar a repetir um ano de escolaridade” é mais eficaz. “Os sistemas educativos com mais repetições de ano tendem a registar um desempenho médio inferior em matemática”, lê-se ainda. “Os professores dos sistemas de ensino com promoção automática de ano [caso da Noruega, por exemplo] prestam mais apoio aos alunos” e o esforço deve ser esse.

O presidente do CNE não fala directamente sobre a questão das retenções no texto introdutório do seu relatório anual, mas sublinha claramente que há um problema com a qualidade das aprendizagens, sobretudo nos primeiros anos da escola: “A aprendizagem da escrita está longe do que seria desejável, mas o mesmo se verifica em matemática e noutras disciplinas e áreas disciplinares.”

Diz que urge tomar medidas “que enfrentem este problema ao nível da formação inicial e contínua dos professores, da organização e funcionamento pedagógico das escolas e agrupamentos e do investimento em sistemas de apoio, de acompanhamento e avaliação”. Dir-se-ia que o país “necessita de pôr em prática um programa especificamente orientado para melhorar a qualidade do ensino e das aprendizagens nos primeiros anos”, defende.

Acabar com o 2.º ciclo do ensino básico e criar um ciclo de escolaridade dos seis aos 12 anos é uma das medidas concretas propostas. “Um ciclo de escolaridade único dos seis aos 12 anos permite uma progressão mais equilibrada, pois acaba com a transição brusca do 4.º ano de escolaridade, com um docente responsável, para o 5.º ano de escolaridade, com mais de 10 disciplinas e, na grande maioria dos casos, com outros tantos docentes. Além do mais, permite criar condições para que a organização e o funcionamento pedagógico das escolas sejam mais consentâneos com a criação de ambientes de ensino e aprendizagem mais estimulantes e enriquecedores.”

Nestes dois documentos essenciais para olharmos para a nossa evolução como país e nos compararmos com os outros (o Estado da Educação e o relatório do PISA) há várias pistas para a pergunta com que começámos esta newsletter: existe um problema de qualidade das aprendizagens, sobretudo entre os alunos mais novos, mas as aparentemente elevadas taxas de retenção (elevadas quando nos comparamos com outros sistemas educativos que tendemos a olhar como inspiradores) não estão a resolver esse problema.

Até quinta-feira

Esta newsletter não acaba aqui. Subscreva-a para ter o conteúdo na íntegra todas as semanas no seu e-mail.

Ciclismo já rola na Austrália: Luke Plapp sagra-se campeão de contrarrelógio do seu país

A temporada de 2025 arranca oficialmente no dia 21 de janeiro, com o Tour Down Under, primeira prova do World Tour, na Austrália, mas foi precisamente neste país que já se deram as primeiras pedaladas na estrada com a realização dos campeonatos nacionais. 
E eis que Luke Plapp, da Team Jayco AlUla, arrebatou o título, ao cumprir os 38.4 quilómetros, em Perth, em 46.33 minutos, fazendo menos oito segundos que Jay Vine (Emirates) e 54 que o companheiro de equipa, Kelland O’Brien. A prova de fundo do campeonato australiano tem lugar este sábado.

Por Record

Deixe o seu comentário

O “ovo” com energia nuclear que ia ser revolucionário é, afinal, uma farsa

O “Enron Egg”, ou “Ovo Enron”, foi anunciado como um suposto micro reator nuclear revolucionário que poderia dar energia a uma casa durante 10 anos. Mas, afinal, é uma paródia. Este produto inovador era para ser a solução mais económica e sustentável do mercado para as famílias. O “ovo” mágico movido a energia nuclear teria sido desenvolvido pela Enron, uma empresa de energia americana que já não existe depois de ter ido à falência em 2001. Durante vários anos, a empresa sediada em Houston, Texas, dominou o mercado da energia, chegando a divulgar lucros líquidos da ordem dos 100 mil

Confederação do Desporto organiza mais uma Cimeira de Presidentes

A Confederação do Desporto de Portugal (CDP) promove uma nova Cimeira de Presidentes de Federações Desportivas Nacionais, em Lisboa, no próximo dia 13.
 De acordo com comunicado da CDP, “o objetivo principal da iniciativa é debater o pacote de 65 milhões de euros recentemente anunciado pelo Governo para o setor desportivo, cobrindo o período 2024-2028, e estabelecer uma posição conjunta que defenda critérios claros, rigorosos e transparentes para a distribuição destes fundos. Esta posição será posteriormente apresentada ao Governo, partidos políticos e outras entidades relevantes, para assegurar uma implementação justa e eficaz do financiamento”.
 
Daniel Monteiro, presidente da CDP, sublinha a importância da iniciativa: “Esta cimeira, e o que dela resultar, será fundamental para que os decisores políticos sintam que o setor está colaborante, mas também atento ao futuro do Desporto nacional e ao desenho de políticas públicas que são definidas para o setor.” E acrescenta: “Tendo em conta o passado recente do Desporto em Portugal, que tem sido marcado por um sistema de financiamento desajustado e manifestamente curto e insuficiente para as necessidades sentidas no terreno, é importante assegurar que existem critérios claros e transparentes na distribuição e execução de verbas, nomeadamente nas que se destinam a Federações e associações desportivas.” Esta é a segunda Cimeira de Presidentes de Federações Desportivas Nacionais e conta, até ao momento, com a confirmação de mais de 30 Presidentes de Federação.

 

Por Record

Deixe o seu comentário

O Rei da Patagónia

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Detido criador do site onde o marido de Gisèle Pelicot recrutou homens para a violarem

Foi detido o fundador do site Coco, onde o francês Dominique Pelicot recrutou estranhos para violarem a então mulher, Gisèle, num caso que abalou a França. Isaac Steidl, de 44 anos, está sob custódia judicial para ser interrogado devido à utilização do site para cometer actos como violação, homicídio e pedofilia, entre outros. A rádio France Info 3 refere que Steidl que reside no exterior de França, aceitou voltar ao país para ser interrogado. O Coco foi encerrado pelas autoridades francesas em Junho de 2024, altura em que se iniciou uma investigação ao site no âmbito das suspeitas contra Dominique

1 61 62 63 64 65 680