Um dia antes de tomar posse, Maduro manda prender a líder da oposição

Na véspera de iniciar mais um mandato presidencial (o seu terceiro), de seis anos, Nicolás Maduro provou que não vai tolerar a mínima perturbação à sua tomada de posse e, esta quinta-feira, mandou deter María Corina Machado, a líder da oposição que reapareceu nas ruas de Caracas para dar a cara nos protestos contra um Presidente que considera como ilegítimo após uma eleição que rotulou como “fraudulenta”.

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Ex-Presidente uruguaio “Pepe” Mujica concede última entrevista: “Estou a morrer”

José “Pepe” Mujica, ex-Presidente do Uruguai, anunciou que está “a morrer”. O chefe de Estado uruguaio entre 2010 e 2015 revelou que o seu estado de saúde está a degradar-se e o seu corpo “não aguenta” os tratamentos.

Numa entrevista ao jornal uruguaio Búsqueda, Mujica, que foi diagnosticado com um cancro do esófago em abril de 2024, anunciou que o tumor se espalhou para o fígado. Diz que o seu corpo “não aguenta os tratamentos ou cirurgia”, devido à idade avançada (tem 89 anos) e duas doenças crónicas (que não especificou). Apenas não quer “sofrer mais”.

José “Pepe” Mujica, antigo Presidente do Uruguai e símbolo da esquerda latino-americana, anuncia que tem um cancro

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Garantindo ser a sua última entrevista, “Pepe” Mujica refere que o seu ciclo “terminou” e pede que o deixem “descansar”. Rejeita ainda a possibilidade de integrar o novo governo uruguaio liderado por Yamandu Orsi, vencedor das eleições presidenciais do ano passado.

Candidato da oposição de esquerda vence eleições presidenciais no Uruguai

Numa entrevista marcada pela emoção, Mujica fez questão de se despedir e “dar um abraço” aos seus “compatriotas”, mesmo os que “pensam diferente”. “Quero dizer adeus aos meus compatriotas. É fácil respeitar quem pensa como tu, mas é preciso aprender que a base da democracia é o respeito por quem pensa diferente”, considera — e acrescenta que “não há nada como a democracia […] Não é a sociedade perfeita, mas é a melhor possível”. Em seguida, despede-se dos seus “colegas e apoiantes”.

Dizendo que a sua vida é “como um romance”, Mujica defende que a presidência foi “apenas mais um capítulo”, acrescentando que “nem tinha intenção de ser Presidente”. De acordo com o jornal Búsqueda, Mujica é o político mais popular do Uruguai, a par de Luis Lacalle Pou (Presidente entre 2020 e 2024).

Mujica pede ainda aos políticos “mais veteranos” que respeitem a “necessidade de renovação” e “se afastem a tempo”. “Num momento, temos que abrir a porta para outras gerações e não atrapalhar”. Desafiado a apontar exemplos concretos, Mujica referiu-se aos casos de Nicolás Maduro, na Venezuela, e Luis Arce, na Bolívia.

No plano pessoal, agradece à esposa Lucía Topolansky, também uma figura relevante da política uruguaia. “Lucía é um ser superior e ainda estou vivo graças a ela”, afirma. Enquanto tem capacidade, Mujica quer dedicar-se à agricultura, na sua quinta. A terminar, Mujica manifestou o desejo de ser enterrado no seu quintal, junto de Manuela – cadela da família falecida em 2018.

Figura da esquerda sul-americana, “Pepe” Mujica destacou-se no combate à ditadura uruguaia, entre 1973 e 1985. Além de ter sido Presidente uruguaio, Mujica foi também ministro da Agricultura, entre 2005 e 2008, e liderou a Mercosul, no primeiro semestre de 2013. Já depois de ter deixado a presidência do país, foi membro do Senado até 2018.

Dani Olmo e Pau Víctor oficialmente registados e podem voltar a jogar pelo Barcelona

A Liga Espanhola de futebol (La Liga) e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) registaram oficialmente Dani Olmo e Pau Víctor como jogadores do Barcelona, esta quinta-feira, pelo que ambos estão disponíveis disputar a final da Supertaça de Espanha.

O médio, de 26 anos, e o avançado, de 23, já aparecem nos sites dos organismos como jogadores do plantel principal e figuram como últimas aquisições dos “culés”, depois de terem visto os seus nomes serem retirados a 1 de janeiro. A reinscrição só foi conseguida graças à decisão do Conselho Superior de Desporto (CSD), que aceitou uma medida cautelar interposta pelo clube catalão para utilizar os dois jogadores já na final da Supertaça.

Na sequência do veredicto, o organismo presidido por Javier Tebas notou que a posição do CSD é conhecida sem o recurso ter sido tramitado, bem como as posições de La Liga e RFEF, além de se “desconhecerem os argumentos utilizados pelos jogadores e pelo Barcelona” nesta fase.

Apesar da decisão do CSD, que admitiu a medida cautelar urgente do Barça, permitindo que Olmo e Víctor possam jogar, esta autorização é provisória. Na quarta-feira, o Barcelona bateu o Athletic Bilbau, por 2-0, e qualificou-se para a final da Supertaça, na qual vai defrontar o Real Madrid ou o Maiorca.

A 4 de janeiro, a comissão conjunta que une federação e Liga espanhola rejeitou a inscrição dos dois, com destaque para Olmo, figura de proa da Espanha campeã da Europa no último verão, após terem atuado na primeira metade da época com uma licença provisória.

Em causa está a falta de garantias financeiras por parte dos catalães, que tinham alegado motivos de força maior para a reinscrição, recusada, depois de, no seio da crise financeira que vive e com uma folha salarial acima das possibilidades, ter aproveitado a lesão do defesa Andreas Christensen para inscrever Olmo.

O avançado, contratado por perto de 60 milhões de euros, e Pau Víctor tornaram-se a face da crise vivida pela direção de Joan Laporta, que procurou meios alternativos de financiamento, incluindo vender a operação dos camarotes VIP do Camp Nou, mas para lá do prazo estipulado pela La Liga.

Apesar de a Liga ter confirmado que o Barça tinha conseguido garantias suficientes para cumprir o ‘fair play’ financeiro e voltar à operação normal, as licenças dos dois tinham caducado, ficando impedidos pelos regulamentos de os reinscrever no mesmo clube, algo que os “culés” disputam agora em sede de recurso.

Morreu Arlindo Fagundes, ilustrador dos livros “Uma Aventura”

Arlindo Fagundes, ilustrador, dirigente comunista e nome de referência da área da banda desenhada, morreu esta quinta-feira, aos 79 anos. A informação foi avançada pela editora Editorial Caminho em comunicado enviado às redações. O jornal Vilaverdense noticia que o ilustrador estava doente há muito tempo. Fagundes era conhecido sobretudo pelo trabalho como ilustrador dos livros da coleção Uma Aventura.

Arlindo Terra Fagundes nasceu a 3 de julho de 1945, em Ovar. Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, mas viria a diplomar-se como realizador de cinema no Conservatoire Libre de Cinéma Français, aquando do seu exílio político em França, durante o Estado Novo. Foi nessa altura, em 1968, que aderiu ao Partido Comunista Português. Regressou a Portugal após o 25 de abril de 1974 e radicou-se em Braga.

A partir de 1975, Fagundes iniciou-se na cerâmica na oficina que instalou em Prado (Vila Verde), “onde produziu os simpáticos e irónicos bonecos de barro que lhe deram notoriedade como artesão”, lê-se numa nota biográfica da editora.

Apesar de ter trilhado um percurso na cerâmica, Arlindo era conhecido do grande público pelas ilustrações da série de livros Uma Aventura, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. “Não tinha consciência da responsabilidade que aquele ‘sim’ acarretaria”, disse em entrevista ao site Aveiro Mag, em 2023, sobre o dia em que Zeferino Coelho, da Editorial Caminho, lhe telefonou para lhe dar conta de um projeto de literatura infantojuvenil de duas professoras lisboetas.

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“Não me apliquei muito nos primeiros desenhos”, reconhecia Arlindo. “Deixei a coisa correr durante demasiado tempo com menos preocupação do que a que devia ter tido. A minha profissão era a cerâmica e eu não estava disposto a trocá-la por nada. Fazia os desenhos fora de horas, por vezes, noite fora”, contava. Arlindo. “Hoje, quando olho para algumas daquelas primeiras ilustrações, até tenho vergonha. Mas há que assumir: fui eu que as fiz”, admitia.

As cerimónias fúnebres realizam-se este sábado, 11 de janeiro, no Crematório de Braga.

Montenegro transmitiu a Daniel Chapo preocupação com “clima de violência e tensão”

O primeiro-ministro transmitiu esta quinta-feira por telefone ao Presidente eleito de Moçambique a preocupação do Governo com “o clima de violência e tensão” no país e reiterou disponibilidade para trabalhar com “as autoridades e as restantes forças políticas”.

“A conversa permitiu reiterar as mensagens de forte preocupação do Governo português com o clima de violência e de tensão que se seguiu às eleições de 09 de outubro, lamentando profundamente as perdas de vidas humanas”, refere um comunicado do gabinete do primeiro-ministro.

No telefonema com Daniel Chapo, que tomará posse a 15 de janeiro, “foi abordada a necessidade de assegurar um cessar imediato da violência e de garantir a segurança da população e de todos os atores políticos, designadamente dos que foram candidatos a 9 de outubro”.

“O primeiro-ministro renovou os apelos do Governo à máxima contenção por parte das autoridades moçambicanas e de todos os responsáveis políticos, de forma a contribuir para um clima de paz, de segurança e de diálogo inclusivo, que permita abordar as causas profundas das tensões políticas e sociais no país”, acrescenta o texto.

Moçambique. Pelo menos três mortos por disparos da polícia no dia do regresso de Mondlane

Montenegro transmitiu a Daniel Chapo que a proteção da comunidade portuguesa residente em Moçambique “é uma prioridade absoluta para o Governo português, que permanece ativo no apoio e na salvaguarda da segurança dos seus cidadãos”.

“O primeiro-ministro reiterou a disponibilidade do Governo português para trabalhar com as autoridades e com as restantes forças políticas e da sociedade civil, em todas as frentes, para ultrapassar as atuais dificuldades”, refere o texto.

Em 23 de dezembro, o Conselho Constitucional, última instância de recurso em contenciosos eleitorais, proclamou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição presidencial, com 65,17% dos votos, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar.

Confrontos entre a polícia os manifestantes já provocaram quase 300 mortos e mais de 500 pessoas baleadas desde 21 de outubro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.

Novo motor nas rodas promete tornar os elétricos mais leves e autónomos (e é mais barato)

A inovação cria mais espaço no carro para passageiros e cargas e torna os veículos mais leves. O fabrico destes motores é ainda 50% mais barato. O fabricante de motores elétricos Donut Lab apresentou as suas unidades de tração às rodas de segunda geração no CES 2025, mostrando um avanço no design de carros elétricos. O inovador “motor donut”, com um centro oco que se encaixa perfeitamente numa roda, promete avanços significativos na redução de peso, no aumento da autonomia e na maior flexibilidade de design. Historicamente, os elétricos têm-se inspirado fortemente nos designs dos veículos com motor de combustão

Um morto e sete feridos após queda de avião em praia no estado de São Paulo

Um avião explodiu na praia do Cruzeiro em Ubatuba, no litoral do estado de São Paulo, depois de ter falhado a aterragem no aeroporto da cidade. O piloto morreu e sete pessoas ficaram feridas, três das quais não estavam a bordo do avião, informa o jornal Metrópoles, que cita um comunicado emitido pelas autoridades locais.

O Cessna-525 descolou do Aeroporto Municipal de Mineiros, no estado de Goiás, e terá encontrado condições climatéricas desfavoráveis no momento da aterragem em Ubatuba. A concessionária do Aeroporto Estadual de Ubatuba Gastão Madeira notou que as condições na cidade estavam “degradadas, com chuva e pista molhada”.

Paulo Seghetto, o piloto e única vítima mortal do acidente, levava a bordo um casal e os seus dois filhos. À TV Globo, a Santa Casa de Ubatuba informa que os feridos estão estáveis e a receber cuidados médicos no hospital local.

O governador do estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, reagiu ao acidente na rede social X, avançando que dois dos feridos que não estavam dentro do avião já receberam alta do hospital.

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Vídeos captados por testemunhas no local e por câmaras de segurança nas ruas adjacentes à praia mostram o momento em que o avião caiu e os destroços resultantes da explosão, já à beira-mar.

Novo movimento “The Surge” marca manifestações para várias cidades europeias

Um novo movimento chamado “The Surge” convocou para os próximos dias 18 e 19 marchas de protesto em pelo menos 10 países europeus, Portugal incluído, contra o fascismo e a guerra e pela justiça climática e libertação da Palestina.

As marchas em Portugal devem acontecer em Lisboa, Porto, Faro, Coimbra, Ponta Delgada e Braga. Mas o mesmo movimento, criado por ativistas de vários países, vai apresentar-se em mais uma dúzia de outras cidades europeias, e eventualmente outras cidades da América do Sul.

Leonor Canadas, ativista do movimento, explicou à Lusa que o “The Surge” foi lançado em novembro passado aquando da divulgação de uma convocatória internacional subscrita por ativistas de vários países, um deles Portugal. Desde então o movimento cresceu em países e em apoiantes.

Sem uma estrutura física e sem uma liderança o “The Surge” junta ativistas de três movimentos, contra o fascismo, pela libertação da palestina e pela defesa do clima, explicou.

“Vivemos um novo ciclo político e histórico em que as elites conduzem a humanidade para a aniquilação; o genocídio na Palestina é prova de planos de extermínio que começam por atingir os mais pobres, os mais vulneráveis e a classe trabalhadora”, disse o movimento num comunicado sobre as manifestações, que decorrerão em cidades como Amesterdão ou Barcelona, Bruxelas ou Hamburgo, Oslo ou Bucareste.

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Para os ativistas, a escalada do fascismo, das guerras e do colapso climático não são crises isoladas mas “partes de um sistema que promove desigualdade, violência e exploração“, o “único plano que os poderosos têm para o futuro”.

“Vivemos um estado de emergência que exige ação e mobilização imediatas. As nossas lutas têm prazos claros: pôr fim imediato ao genocídio perpetrado por Israel contra o povo da Palestina e a outras guerras, desmantelar a indústria dos combustíveis fósseis dentro de uma década e derrotar para sempre os fascistas, a última defesa autoritária e violenta do capitalismo global”, referem no comunicado.

Os ativistas notam que a “ofensiva popular” começa no fim de semana antes da posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, que é a “personificação do caos climático, do fascismo e da guerra”.

A administração “Musk/Trump é a montra dos planos das elites para o futuro: violência, perseguição à diferença, racismo e sexismo inabaláveis, tudo em nome de lucros contínuos e de uma aceleração rumo ao colapso do clima que permite a existência da humanidade”, acrescentam.

Leonor Canadas disse à Lusa que o movimento é horizontal e descentralizado o que não invalida o apoio de associações e movimentos, e acrescentou que esta será a primeira ação e que outras se irão seguir.

No dia 18, em Lisboa, a marcha inicia-se na Praça José Fontana e termina na Praça do Martim Moniz, onde haverá um arraial, e em Faro a marcha culmina com debates e convívio.

Debates e convívios também ocorrerão no Porto e em Ponta Delgada, no mesmo dia, enquanto para Coimbra está prevista uma concentração. Em Braga, no domingo, encerram-se as iniciativas com projeção de filmes e debates.

FIFA impede União de Leiria de inscrever jogadores

A União de Leiria, da II Liga, está impedida pela FIFA de inscrever jogadores nas próximas três janelas de transferências, por motivos não especificados pelo organismo internacional nem pela SAD leiriense.

Segundo a lista de proibições de registo da FIFA, o castigo vigora desde o dia 6 de janeiro de 2025 e aplica-se à equipa masculina. Contudo, o organismo internacional que supervisiona o futebol mundial não avança o motivo do impedimento.

Contactada pela agência Lusa, a SAD da União de Leiria não comenta a situação.

Apesar de estar proibida de inscrever de reforços durante até três períodos de inscrição, a União de Leiria pode anular os efeitos da decisão assim que regularizar o motivo que levou ao castigo.

Em setembro de 2024, a União de Leiria falhou um controlo salarial da Liga de futebol e a Câmara de Leiria anunciou que a SAD tinha uma dívida de 140 mil euros com o município, valor que estava em negociação entre as partes. Porém, nenhuma destas situações está relacionada com a medida aplicada pela FIFA.

A União de Leiria ocupa o sétimo lugar na II Liga, com 24 pontos, e defronta no domingo o Desportivo de Chaves no Estádio dr. Magalhães Pessoa, em jogo a contar para a 16.ª jornada.

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Por João Ferreira

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